Testemunho Milonga
No passado mês de agosto, ocorreu no meio do Alentejo, o campo de (Fé)rias da paróquia do Estoril: Milonga. Depois de muitos anos a ser animado, chegou a minha vez de ser animador.
Quase que um sonho realizado, uma aspiração de um modo de viver um campo de ferias diferente, com outras tarefas, outros objetivos, mas a diferença que eu imaginava acabou por se tornar num ponto de convergência.
Existem três campos Milonga distintos, o meu em Montemor. Foi no meio do pó do Alentejo, e do conforto de um monte que tudo aconteceu. Uma semana muito intensa, em que os principais desafios passavam pela organização do tempo e a gestão do cansaço. Gostei muito da forma como apesar de três faixas etárias completamente diferentes, o grupo dos animadores se articulou com os tios que acompanham o campo e, em conjunto com os monitendos, criou aquilo que é o Milonga. Com isto, a palavra Milonga deixa de ser para mim apenas um significado abstrato de uma semana no verão, mas uma forma de vida concreta. Concretizo com uma imagem do campo.
Dias marcados pela agitação, do acordar nas tendas, para um pequeno-almoço apressado a contemplar o Alentejo a acordar. Dos jogos de futebol, para as horas dentro do tanque. Dos temas apresentados, para as reuniões de animadores tardias. De todo o espaço e tempo daquele monte e campo, tudo convergia para o mesmo ponto. Tanto animadores, como animados e tios, tudo apontava para o mesmo sítio. Para Aquele que mesmo no meio do relvado dos jogos cuidava de tudo, Aquele que na capela esperava, Aquele em quem tudo se concretizou, e por quem tudo se concretiza. O seu nome? Jesus.